Raça e Progresso - Franz Boas

                                                               Franz Boas   





Um dos fundadores da antropologia moderna, Franz Boas em seu texto "Raça e Progresso", proferido em uma conferência em Pasadena, em 1931, aborda a temática da eugenia e da mistura dos "tipos raciais", assunto de extrema relevância para sua época devido ao contexto histórico da ascenção do Nazismo.
A contribuição metológica de Boas para a antropologia moderna foi primeiro a crítica ao "método comparativo" evolucionista, apontando para riqueza da diversidade cultural existente e para a limitação de se enxergar a história dos povos como um programa fixo, linear e unidericional. Para o antropólogo alemão cada cultura deveria ser vista como única e no seu particular. Outra contribuição de Boas foi a crítica ao determinismo biológico e as idéias de eugenia proferida na palestra de 1931 em Pasadena. Nessa palestra mostra o quão falho eram os aspectos "científicos" que legitimavam para os intelectuais de sua época as diferenças raciais: tal classificação para Boas era baseada em traços físicos aparentes e superficiais.

- Desconstruiu a idéia de raça como conceito científico:

 Substituiu o termo "raça" pela expressão "formas corporais". De acordo com Boas, raça era só uma questão de aparência.

- Criticou os testes de inteligência e às hipóteses seletivas - Darwinismo social:

"Não é o ambiente, mas sim a seleção histórica". Dizia Boas. Ele via que as relações fisiológicas do corpo estavam estreitamente ligadas às condições de vida como, por exemplo, a quantidade de comida, horas de sono, etc. Além de que grupos diferentes na aparência, quando submetidos às mesmas condições sociais e ambientes, tinham a mesma reação fisiológica.

- Palavras do Autor,

"Acredito que o estado atual de nosso conhecimento nos autoriza a dizer que, embora os indivíduos diferem, as diferenças entre as raças são pequenas. Não há reazão para acreditar que uma raça seja naturalmente mais inteligente, dotada de grande força de vontade, ou emocionalmente mais estável do que outra, e que essa diferença iria influenciar significtivamente sua cultura(...)
Biologicamente, nem à mistura das principais raças". Pág. 82

- Desmentiu a hipótese de degeneração racial:

Defendia que a mistura desempenhava um papel importante na história das populações modernas, e os maléficos do acasalamento entre raças não foram provados.
Observou que a degeneração biológica é mais facilmente encontrada em pequenas regiões com intensa endogamia. Neste caso, a "dgeneração" não dizia respeito a "tipo racial", mas a transmissão de patologias entre linhagens familiares.

- Antipatia racial e desigualdade social:

Defendia que a discriminação se dava puramente pela aparência, baseada no preconceito, sem qualquer base científica e a discriminação racial, se tornando justificativa para segregação social e perpetuando um modelo de desigualdade. Não havia fundamento bilógico para sentimento racial. Era uma construção social e cultural.

- Conclusão:

Franz Boas fez uma mudança metodológica fundamental que alterou o discurso racialista. Trouxe para o mundo a substituição da idéia de raça para a idéia de cultura. Defendeu as diversidades culturais e as múltiplas maneiras que cada grupo encontra para resolver os obstáculos da natureza. Propôs que enfrentemos os verdaeiros fundamentos da desigualdade, encarando-os como problemas sociais e econômicos, sem os determinismos bilógicos, psicológicos e geogràficos.

Fonte: Franz Boas - Raça e Progresso.






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