Parodiando
tautologicamente Marx poderíamos dizer que a história da humanidade é a
história da arte. Desde os tempos mais remotos o homem fez-se entender
através de sinais artísticos, como rabiscos, sinais, símbolos, desenhos e
outros. No chamado período pré-histórico do paleolítico e do neolítico o
homem expressava seu desejo e sua intenção nas rochas e cavernas com
pinturas de animais que pretendia caçar, além de pessoas ou tribos
rivais de seu contexto, comunicava-se também por meio de suas esculturas
em madeira, osso e pedra. Esse acervo, inclusive, permite à ciência
atual em realizar estudos sobre a antiguidade de nossos mais longínquos
ancestrais.
Conceituando
Arte de forma genérica podemos dizer que é uma criação humana que
designa valores estéticos, tais como beleza, equilíbrio, harmonia,
revolta, tristeza, e uma imensa gama de outras representações que
sintetizam suas emoções, sua história, seus sentimentos e a sua cultura.
Com efeito, arte é um conjunto de procedimentos que utilizados para
realizar obras, e no qual aplicamos nossos conhecimentos apresentando-se
sob variadas formas: plástica, a música, a escultura, o cinema, o
teatro, a dança, arquitetura etc. Na proporção em que o homem foi
fazendo utensílios a fim de transformar a natureza em prol de sua
satisfação, ele também foi criando a arte como meio de sobrevivência.
Porém, o homem cria a arte para que o mundo saiba o que pensa, para
divulgar suas crenças e as dos outros, para estimular e distrair a si e
aos outros.
Além
disso, a arte exerce funções como: decorar ou embelezar os ambientes,
espelhar o nosso mundo, auxiliar no dia-a-dia (utilitária), para
explicar e descrever a história, para auxiliar na cura de doenças e
ajudar a explorar o mundo. Entretanto, ao observarmos uma arte
dependemos de nossa experiência, conhecimento e sensibilidade para
podermos entender suas múltiplas representações. É necessário que
tenhamos disposição e imaginação para podermos compreender os
significados de uma arte e sua dimensão.
2. Arte rupestre: arte pré-histórica, arte primitiva.
É
racional ressaltar que além da arte pré-histórica ou rupestre existe a
arte primitiva produzida pelos nativos (índios) e outros povos que
habitavam a América antes mesmo da chegada de Colombo. Conforme
Peregalli (1987), os povos de alta cultura pré-colombiana como os
astecas, incas e maias que habitavam a América antes da chegada de
Colombo foram os maiores representantes da arte pré-colombiana. Esses
povos têm sua história contada através de sua arte como pinturas,
esculturas e templos grandiosos, construídos com pedras ou materiais
preciosos.
Ainda
hoje é possível encontrarmos arte primitiva como as máscaras para
rituais, esculturas e pinturas feitas pelos negros africanos. Existe
arte primitiva também entre os nativos da Oceania e também entre os
índios americanos, que fazem objetos de arte primitiva muito apreciados
entre os povos atuais. Além disso, podemos encontrar expressões
artísticas entre os nativos (índios) brasileiros, sobretudo por ocasião
de suas comemorações festivas.
3. Arte na Idade antiga
As
expressões artísticas são produzidas de acordo com os contextos
históricos. Durante a antiguidade a arte é extremamente abrangente e
composta pelas riquezas das artes egípcia, grega, romana, paleocristã,
bizantina e islâmica. Entretanto, enquanto a arte egípcia é vinculada ao
espírito, aos deuses e sua glorificação, a arte grega a liga-se à
inteligência.
Na
antiguidade, a partir do século V a. C. a produção artística mais
significativa para o Ocidente se inicia na Grécia. Nesse período são
criados padrões estéticos que servem de base para a arte ocidental. No
século II a.C., também a cultura romana tem uma produção artística
relevante. Em princípio, a religião exerce grande influência. Aos
poucos, os seres humanos vão se tornando a preocupação central dos
artistas. Vale ressaltar que enquanto os romanos espalhavam seu estilo
artístico por toda a Europa e parte da Ásia, os cristãos (seguidores de
Jesus Cristo) começaram a criar uma arte simples e simbólica executada
por pessoas que não eram grandes artistas pertencentes as comunidades
simples.
A
arte bizantina sofreu influências dos estilos de Roma, Grécia e do
Oriente e também foi conduzida pela religião. A união de certos
elementos dessas culturas formou um novo modelo artístico: a Arte
Islâmica, que ao definir seu estilo conceitual e religioso, produziu
belas cúpulas nas mesquitas e lindas tapeçarias pérsicas.
4. Arte na Idade Medieval
Durante
a idade medieval (séculos V-XIV) a arte se caracterizou pela integração
da pintura, escultura e arquitetura. Nesse período, a igreja católica
exerceu forte controle sobre a produção científica e cultural
concretizando uma ligação entre a produção artística com o cristianismo.
Isto proporcionou a predominância dos temas religiosos nas artes
plásticas, na literatura, na música, na arquitetura e no teatro. O
imaginário dessa época esteve sempre voltado para o teocentrismo (Deus
como centro de tudo).
Especificamente
a pintura no estilo medieval engloba cerca de mil anos. Abandonando as
paisagens naturais a pintura medieválica concentrou-se na representação
de santos e divindades. As pinturas de murais, de vitrais e de
miniaturas dessa época adquiriram grande importância. Para desenvolver
essas obras os artistas não se preocupavam com meios tons ou jogos de
luz e sombra, seus trabalhos eram sem relevos e faziam grande uso de
símbolos para narrar histórias. No final do século XIII, com a criação
do estilo realista do artista italiano Giotto o estilo de arte medieval
começou a desaparecer cedendo espaço ao Renascimento cultural e
conseqüente advento da arte no Estado Moderno.
5. Arte na Idade Moderna
O
contexto histórico que compreende a Idade Moderna no Ocidente vai desde
a tomada de Constantinopla (fim do império romano no oriente em 1453)
pelos turcos até a Revolução Francesa (1789), marcada pela transição do
modo de produção feudal para o Capitalismo (Petta e Ojeda, 1999).
A
idade moderna teve como porta de entrada o movimento Renascentista de
cunho filosófico e cultural. Nesse contexto (séculos XV e XVI), as
conquistas marítimas e o contato mercantil com o continente asiático
expandiram o comércio e a diversificação dos produtos de consumo na
Europa a partir do século XV. O
aumento do comércio com o oriente possibilitou a muitos comerciantes
europeus acumular riquezas e fortunas. Essa situação proporcionou
condições financeiras aos comerciantes para investirem na produção
artística de escultores, pintores, músicos, arquitetos, escritores, etc.
Nessa época os governantes e o clero passaram a proteger e a financiar
aos artistas e intelectuais o que ficou conhecido como mecenato cujo
objetivo dos mecenas (governantes e burgueses) se tornassem mais
populares entre as comunidades regionais onde atuavam.
Nesse
período, era comum as famílias nobres encomendarem pinturas
(fotografias) esculturas junto aos artistas. Na península italiota que o
comércio mais se desenvolveu dando origem a uma grande quantidade de
locais de produção artística. Cidades como Veneza, Florença e Gênova
tiveram um expressivo movimento artístico e intelectual. Em virtude
disso, a Itália passou a ser conhecida como o berço do Renascimento.
O
mundo das artes dessa época foi caracterizado pela valorização do homem
e da natureza, do real, contrapondo-se ao divino, sobrenatural
(características do período cultural medieval). O ideário moderno prima
pela racionalidade, a dignidade humana, o rigor científico e a
reutilização do estilo artístico greco-romano. Para os artistas dessa
época, os gregos e os romanos possuíam uma visão completa e humana da
natureza, ao contrário dos medievais. Neste sentido, as qualidades mais
valorizadas no ser humano passaram a ser a inteligência, o conhecimento e
o dom artístico. Enfim, nos séculos modernistas XV e XVI o homem passa a
ser o principal personagem (antropocentrismo) retratado nas artes. Os
principais representantes do Renascimento Italiano e as principais
obras: Giotto di Bondone (1266-1337)-pintor e arquiteto italiano. Um dos
percusores do Renascimento. Obras principais: O Beijo de Judas, A
Lamentação e Julgamento Final. Sandro Botticelli (1445-1510)-pintor
italiano abordou temas mitológicos e religiosos. Obras principais: O
nascimento de Vênus e Primavera. Leonardo da Vinci (1452-1519) – pintou,
escultor, cientista, engenheiro, físico, escritor, etc. Obras: Mona
Lisa, Última Ceia. Michelangelo Buonarroti (1475-1564)-destacou-se em
arquitetura, pintura e escultura. Obras principais: Davi, Pietá, Moisés,
pinturas da Capela Sistina (Juízo Final é a mais conhecida).
6. Arte na Idade Contemporânea
A
arte contemporânea foi marcada pela reunião de diversos estilos,
movimentos e técnicas. Devido a essa diversidade, é difícil definir a
arte contemporânea incluindo toda a arte produzida no século XX. Nesse
período houve uma revolução estética que trouxe consigo uma sucessão de
estilos e movimentos, muitos dos quais de pouca duração e, em sua
maioria, centrados na busca de novas direções e princípios inovadores.
Estes movimentos e estilos se caracterizaram por marcar uma ruptura com a
arte clássica que dominava desde o renascimento. Na contemporaneidade
os artistas produziram pinturas não somente com materiais tradicionais,
com o óleo sobre a tela, mas também com qualquer material que estivesse
disponível. Essa inovação levou a criações ainda mais radicais, como a
arte conceitual e a arte performática. Com isso, ampliou-se a definição
de arte, que passou a incluir, além de objetos palpáveis, idéias e ações.
Falando de arte...
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