A Participação das mulheres nas lutas pela independência da América Latina.

A historiografia oficial produzida no século XIX e começo do XX, deu visibilidade apenas aos homens como personagens principais das lutas pela independência, encontra-se outra literatura  - obras de uma série de autores menos valorizados que escreveram biografias sobre heroinas desse movimento. Existe um repertório composto por livros sobre "mulhreres célebres",  "mulhres patrióticas", "mulheres ilustres", que devia servir como lição moral para  as jovens e que, muitas vezes, eram leitoras obrigatrórias nas escolas.
É possível descobrir muita coisa sobre a participação das mulheres que lutaram pela independência da América Latina. Outros textos interessantes são narrativas romanceadas sobre a vida dessas mulheres, que oferecem o mesmo estilo tradicional e as mesmas finalidades patrióticas.
A historiografia contemporânea nem seria preciso afirmar - encontrou outros caminhos teóricos e metodológicos para trabalhar seus objetos de pesquisa. 
O caso da história da mulher abriu novos campos de estudos implicou mudanças na maneira de abordar os temas históricos. No entanto, se tomarmos um tema como o da independência, a presença da mulher continua ofuscada. Os livros não fazem referências à participação das mulheres nesses  acontecimentos.
Por meio das tradicionais biografias produzidas na metade XIX - indica que a participação política das mulheres nas lutas pela independência nas diversas regiões da América Latina é muito mais significativa do que se  supõe, revertendo a pespectiva de alheamento da mulher das coisas públicas.

O movimento mexicano liderado pelo EZLN, ( Exército Zapatista de Libertação Nacional) a participação das mulheres é bastante significativa e ocorre em todos os níveis. Entretanto, a presença feminina em movimentos revolucionários não é previlégio do período contemporâneo, pois as mulheres atuam na construção dos Estados  latinos-americanos desde o período colonial. Afirma a historiadora Maria Ligia Coelho Prado.

Fonte - PRADO, Maria Ligia Coelho. América Latina no século XIX: tramas, telas e textos. São Paulo, Edusp, 1999.


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